Inspiração e Criatividade

Haviam me pedido para continuar postando resumos do IV Fantasticon, mas acho que, pra quem foi, por mais que eu escreva nunca vai ser o suficiente.

Mas eu queria falar de um assunto que está diretamente ligado ao Fantasticon, às pessoas que conheci lá (com referência especial à Mariana, Paulo, Tayla e Mateus), aos autores e a todos os acontecimentos do evento: inspiração.

Ah, a inspiração. A musa malvada e mistificada.

Os conceitos de que vou falar aqui coincidem com algumas coisas que aprendi ao longo da faculdade de Publicidade, com que concordam psicólogos e até neurologistas (se quiserem que eu mencione nomes vai ficar difícil, porque é muito mais fácil lembrar o conceito).

Bom, para Roberto Menna Barreto (desse eu lembro!) em seu livro CRIATIVIDADE EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA a inspiração não é essa coisa mágica que todo mundo acha que é.

Notem que a história toda que vem a seguir serve para todas as áreas, não só pra publicidade ou pra arte de contar histórias.

A inspiração é mais a velocidade em que o seu cérebro associa várias coisas de universos diferentes de maneira nova. Não foram essas exatamente as palavras que o Menna Barreto usou, mas a ideia é essa, então pode ser que eu tenha acabado de inventar um conceito bonito.

Bom, o que isso significa, afinal?

Estamos expostos a todo tipo de informação, que chegam a nós de diversas formas, desde que nascemos. Alguns de nós somos treinados desde pequenos para ser criativos, como, por exemplo, quando sua mãe fica fazendo você desenhar porque acha fofinho. Ou se o seu pai, como o meu, te ensinou a jogar xadrez com seis anos de idade. Nossa, xadrez é um negócio fantástico para aprender a racionar rápido (mesmo que você demore um século por jogada).

Bom, o fato é que nosso cérebro pode ser treinado para ser criativo, e nada está perdido, mesmo se depois de adulto você não considera a inspiração sua melhor amiga.

Sabe aquele estalo que algumas pessoas tem, que do nada elas param e tem uma ideia genial? Não, aquilo não é um milagre. Ela provavelmente estava com um problema para resolver e colocou o cérebro pra pensar nele, mesmo que ela não o estivesse fazendo conscientemente. Afinal, o consciente tem coisas demais pra pensar, e o inconsciente é muito rico (se vocês quiserem, um dia eu escrevo sobre o que seria exatamente um e outro, para Freud).

Assim, essas pessoas deixam o cérebro trabalhando e vão seguindo com suas vidas. Em algum momento, várias coisas que você viu na sua vida, desde aquele filme que te marcou até o sapato que você viu na vitrine ontem, vão se juntar na sua cabeça de forma inédita e você vai ter aquela ideia sensacional, que você não sabe muito bem de onde veio, nem como apareceu, mas que está lá, alegre  saltitante.

Se você nunca teve uma inspiração dessas, é melhor começar a treinar seu cérebro, porque todos nós temos essa capacidade. Ela vem de brinde no DNA.

Eu, por exemplo, sentei à frente do computador, cliquei no “novo post” e fiquei olhando para a tela, viajando na maionese, porque não sabia o que ia escrever. Aí comecei a baixar umas músicas para acrescentar à minha lista de reprodução preferida, a “escrevendo loucamente”, e então veio a ideia de escrever sobre a razão de eu estar baixando essas músicas: a inspiração.

O processo inteiro demorou menos de dez minutos, porque, além de tudo, a criatividade tem uma coisa ótima com ela: melhoramento por uso. Ou seja, quando mais você exercita, mais rápida ela fica.

Nossa, é muito complexo falar disso tudo (é, existem livros gigantescos sobre esse assunto não é à toa). Leiam o livro que indiquei acima, ele é muito interessante. Um dos conceitos dele é que devemos fazer as perguntas não convencionais quando tentarmos resolver o problema que temos à nossa frente, geralmente alguma coisa completamente oposta ao convencional.

A diva inspiração, afinal, é tudo, menos convencional. Inovar e ser convencional são até antônimos na maior parte das situações.

Assim, se você vê um daqueles criativos de publicidade e vê uma propaganda dele, não pense “caramba, como ele teve essa ideia?”, mas pense “qual era o problema que ele tinha que resolver com isso?”. Parece difícil falando, mas é simples.

Para escrever livros não é a mesma técnica, porque na maior parte das vezes o autor não tinha um grande problema para resolver. As ideias vem de situações que passamos, como já devo ter dito umas quinhentas vezes só nesse artigo, então pode ter certeza de que um bom livro é aquele em que o autor reciclou milhares de acontecimentos de sua própria vida, aparentemente sem nenhuma ligação com o que está na história.

Mas, como já disse, a inspiração vem de combinações inéditas (ou nem tanto) de várias referências vindas de todos os lados. Por isso deve ser reverenciada: a inspiração é um processo único para cada indivíduo!

3 pensamentos sobre “Inspiração e Criatividade

  1. oii Carol!
    (sim, sou a Mariana que a Ilustre citou neste artigo hohohoh fear my power)

    o que vou escrever aqui é mais ou menos o que disse no email, mas acho mto justo colocar tais comentários aqui também, afinal foram de onde eles sairam

    bem, antes de mais nada concordo que é mais facil lembrar de conceitos do que de nomes. sempre fui mto ruim de memorização de coisas concretas, como nomes e datas ^^” [mas incrivelmente me lembro de quase todos os nomes de personagens que já tive contato. portanto pode me perguntar sobre aquela garotinha meiga que aparece poucas vezes no mangá que li faz 4 anos, mas não me peça pra dizer como se chama a pessoa que conheci ontem uahuah]

    também acredito nesses conceitos de inspiração como fruto de muito trabalho mental, alimentado com muitas referências (leituras, filmes, experiências pessoais). acho que já tinha lido algo/ouvido sobre isso na facul tb hehe
    por isso é sempre bom observar bem as pessoas ao nosso redor, os passageiros no metrô, a criança do prédio, e ler com atenção até as mais escusas notícias. vale a pena :3 (até pra vc ter fundamentos pra falar mal depois se for o caso, né)

    oww que legal!! seu pai te ensinou a jogar xadrez! *0* tb quero heheh mesmo pq que eu (ainda) sou meio (?) lerda de raciocínio
    se bem que minha prima tentou me ensinar um dia, mas háhá adivinha se eu lembro de algo

    yey! brindes DNAzisticos são sempre bem vindos o//

    e sim, concordo que a ” inspiração é um processo único para cada indivíduo!”! por isso mesmo que disse anteriormente que copiar e usar mestres é algo bem diferente :3
    e contrário do que eu to fazendo agora, já que a minha cabeça ainda ta mais em função do livro da facul do que outra coisa hehe (sempre acontece isso quando me jogo em alguma atividade. fico impregnada por ela por tempo indeterminado. e é exatamente por isso que não escrevo durante as aulas. não tenho tempo suficiente pra mergulhar na minha história a ponto de começar a fazer parte dela e daí conseguir desenvolvê-la naturalmente. sad.)

    e sorry por ter feito meio que um ctrlC ctrlV no email. eu sei que devia desenvolver um pouco mais esse troço aqui, mas agora tudo o que meu corpo me permite fazer é ir até a cozinha e almoçar :B
    prometo que farei isso num próximo post

    ah claro, e brigada por tudo! saiba que vc ta me ajudando (e por que não me inspirando) mto na minha veia escritora! (pois como sempre digo: escrever e falar com vcs = necessidade orgânica)

    e um último aviso pras pessoas que entrarem neste blog e ainda não conhecerem a autora: a Ilustre é uma pessoa de ouro. vale muito a pena conhecê-la, tanto pessoalmente quanto conceitualmente (por falta de termos melhores pra descrever as situações presenciais e virtuais, mundos físicos e mentais. o real e o imaginário. (se é que realmente existem limites entre os dois…))

    • Ilustre hohoho, alguém ta fazendo eu me achar! E fico feliz se estou te ajudando com a sua “veia escritora”, porque, nesse aspecto eu to até adiantada, então a melhor forma de continuar trabalhando é ajudar os amigos, incluindo a pessoa que teve uma ideia sensacional que espero ver escrita logo logo. Na qualidade de beta reader ainda por cima. Bjossss, Mari!

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